Olá Housers...faz um certo tempo que venho desenvolvendo uma pesquisa do que chamamos na moda de Macrotendência (uma especie de "tendência chefe" que guia todas as "tendências de estação" como a maioria conheçe. A diferença entre elas é que, as macros pode durar anos). Vou colocar abaixo um resumo da minha pesquisa e gostaria que comentassem, pois com isso posso modificar, acrescentar ou retirar conteúdo, antes de apresentar a palestra). Espero que seja uma forma de conteúdo para cada um de vocês tirarem as próprias conclusões e continuarem a pesquisar sobre o assunto se este for de seu interesse. O post ficou grande mas vale a pena ler até o final.
A macrotendência sobre a qual tratarei aqui refere-se à Sensualidade Pós-Móderna. Dentro desse contexto podemos seguir por dois caminhos. Um refere-se ao culto ao corpo, numa busca incessante pela beleza e o outro trata da busca da felicidade e bem estar, seguindo propostas de beleza mais naturais e saudáveis.
Segundo Lipovestky, o “look” (tratado aqui não apenas quanto roupa, mas principalmente quanto indivíduo) e todos os seus artifícios, do espetáculo e da criação, correspondem a uma sociedade em que os valores primordiais são o prazer a liberdade individuais. Entendemos com isso, que a cada dia que passa, as pessoas contam com mais meios e técnicas para reformular o próprio corpo. O mais assustador é ver que não existem critérios para tais intervenções (cirúrgicas ou não). Como na citação de Lipovetsky, o que buscamos é puramente o prazer e a liberdade para fazermos o que bem entendermos com o nosso corpo.
Se fizermos uma retrospectiva das capas da revista Veja de um ano atrás até hoje veremos que grande parte delas trazia assuntos relacionados à beleza.
Onde quero chegar com isso tudo? Algumas pessoas não têm medo de morrer em nome da vaidade extrema.
Podemos pensar que a mudança na aparência e no corpo gera uma impressão de mudança, pois sugere novas imagens para o “eu”.
Pensando na idéia de “construção” de identidade, localizamos alguns momentos do séc. XX. Na década de 20, anúncios como “Sua obra-prima é você”, encorajavam as pessoas a ver a criação do “eu” como forma de criatividade.
Uma imagem bastante freqüente quando pensamos em atitudes extremas em função do corpo é da boneca Barbie. A revista Barbie Magazine (direcionada a meninas de 06 a 14 anos) dita atitudes como “mude seu corpo a cada estação, conforme a tendência do momento”. A publicação embute na cabeça das crianças, que desde pequenas, elas devem se preocupar com a aparência de forma extrema. O ápice ao culto do corpo “Barbie” acontece na década de 80 quando Jane Fonda lança seus vídeos aeróbicos. Se fosse humana, a boneca teria 80cm de busto, 45 de cintura e 72,5 de quadril, tudo isso para 2 metros de altura.
Passando para a década seguinte temos a imagem de Kate Moss, esquálida e abatida, como a mais forte. Surge com ela o visual da “heroína chic” (quando a moda foi contaminada pelo vício). O escritor Michael Gross defende a teoria da pirâmide da moda: no topo, onde estão as tops, tudo é incrivelmente brilhante e glamuroso. Em resposta a essa estética, as novas meninas dos anos 2000 eram saudáveis e bronzeadas. Quem lidera essa nova geração é Gisele Bündchen.
O que temos atualmente, no entanto, é uma nova inversão nesse quadro: o visual apático de Kate volta à tona com sua aparição cheirando cocaína e faz com que as revistas de moda passem a exibir em seus editoriais, modelos com aparência doentia (quem nunca viu fotos com modelos encurvando os ombros para frente sugerindo fraqueza?).
Muito foi falado até agora sobre a busca pela beleza a qualquer custo pelas mulheres, mas, os homens seguem pelo mesmo caminho, de forma mais sutil sim, porém não menos preocupante. Basta analisarmos a quantidade de cirurgias plásticas e procedimentos de todas as naturezas realizados por eles. Os lançamentos cosméticos, como o de maquiagem masculina de Jean Paul Gaultier, ou a linha o Boticário Men, também confirmam essa tendência. O que notamos nos homens, no entanto, é que eles continuam com um certo pudor em relação a estes produtos. A tática das empresas é buscar novas alternativas para venderem. Um ótimo exemplo é a Caneta Camuflagem do Boticário que em sua descrição fala que “cobre e disfarça através de pigmentos difusores da luz”. Nada mais é do que corretivo adaptado ao universo masculino.
Nós forjamos uma identidade para nós mesmos. A ficção é uma necessidade cotidiana. Cada um de nós, para existir, conta-se uma história. A idéia de que podemos viver vidas diferentes numa vida só é extremamente sedutora. As roupas e as imagens de moda estimulam o sujeito a se transformar continuamente. É como se a indústria falasse o tempo todo “seja você mesmo, mas se não conseguir ou não estiver gostando, estamos aqui, prontos para ajudá-lo a se modificar, a ser mais parecido com seu ídolo e tentar ser outra pessoa que, talvez, lhe agrade mais”.
Segundo Lipovestky, o “look” (tratado aqui não apenas quanto roupa, mas principalmente quanto indivíduo) e todos os seus artifícios, do espetáculo e da criação, correspondem a uma sociedade em que os valores primordiais são o prazer a liberdade individuais. Entendemos com isso, que a cada dia que passa, as pessoas contam com mais meios e técnicas para reformular o próprio corpo. O mais assustador é ver que não existem critérios para tais intervenções (cirúrgicas ou não). Como na citação de Lipovetsky, o que buscamos é puramente o prazer e a liberdade para fazermos o que bem entendermos com o nosso corpo.
Se fizermos uma retrospectiva das capas da revista Veja de um ano atrás até hoje veremos que grande parte delas trazia assuntos relacionados à beleza.
Onde quero chegar com isso tudo? Algumas pessoas não têm medo de morrer em nome da vaidade extrema.
Podemos pensar que a mudança na aparência e no corpo gera uma impressão de mudança, pois sugere novas imagens para o “eu”.
Pensando na idéia de “construção” de identidade, localizamos alguns momentos do séc. XX. Na década de 20, anúncios como “Sua obra-prima é você”, encorajavam as pessoas a ver a criação do “eu” como forma de criatividade.
Uma imagem bastante freqüente quando pensamos em atitudes extremas em função do corpo é da boneca Barbie. A revista Barbie Magazine (direcionada a meninas de 06 a 14 anos) dita atitudes como “mude seu corpo a cada estação, conforme a tendência do momento”. A publicação embute na cabeça das crianças, que desde pequenas, elas devem se preocupar com a aparência de forma extrema. O ápice ao culto do corpo “Barbie” acontece na década de 80 quando Jane Fonda lança seus vídeos aeróbicos. Se fosse humana, a boneca teria 80cm de busto, 45 de cintura e 72,5 de quadril, tudo isso para 2 metros de altura.
Passando para a década seguinte temos a imagem de Kate Moss, esquálida e abatida, como a mais forte. Surge com ela o visual da “heroína chic” (quando a moda foi contaminada pelo vício). O escritor Michael Gross defende a teoria da pirâmide da moda: no topo, onde estão as tops, tudo é incrivelmente brilhante e glamuroso. Em resposta a essa estética, as novas meninas dos anos 2000 eram saudáveis e bronzeadas. Quem lidera essa nova geração é Gisele Bündchen.
O que temos atualmente, no entanto, é uma nova inversão nesse quadro: o visual apático de Kate volta à tona com sua aparição cheirando cocaína e faz com que as revistas de moda passem a exibir em seus editoriais, modelos com aparência doentia (quem nunca viu fotos com modelos encurvando os ombros para frente sugerindo fraqueza?).
Muito foi falado até agora sobre a busca pela beleza a qualquer custo pelas mulheres, mas, os homens seguem pelo mesmo caminho, de forma mais sutil sim, porém não menos preocupante. Basta analisarmos a quantidade de cirurgias plásticas e procedimentos de todas as naturezas realizados por eles. Os lançamentos cosméticos, como o de maquiagem masculina de Jean Paul Gaultier, ou a linha o Boticário Men, também confirmam essa tendência. O que notamos nos homens, no entanto, é que eles continuam com um certo pudor em relação a estes produtos. A tática das empresas é buscar novas alternativas para venderem. Um ótimo exemplo é a Caneta Camuflagem do Boticário que em sua descrição fala que “cobre e disfarça através de pigmentos difusores da luz”. Nada mais é do que corretivo adaptado ao universo masculino.
Nós forjamos uma identidade para nós mesmos. A ficção é uma necessidade cotidiana. Cada um de nós, para existir, conta-se uma história. A idéia de que podemos viver vidas diferentes numa vida só é extremamente sedutora. As roupas e as imagens de moda estimulam o sujeito a se transformar continuamente. É como se a indústria falasse o tempo todo “seja você mesmo, mas se não conseguir ou não estiver gostando, estamos aqui, prontos para ajudá-lo a se modificar, a ser mais parecido com seu ídolo e tentar ser outra pessoa que, talvez, lhe agrade mais”.
(Nas imagens acima, exemplos de vaidade extrema, como David Beckham que tatuou o próprio nome num local pouco comum, a eterna heroin-chic Kate Moss e a saudável Gisele, entre outras fotos que remetem ao assunto abordado)
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